Morreu a 30 de Abril de 2004, Etelvina Lopes de Almeida, escritora, jornalista e, depois do 25 de Abril, deputada pelo PS na Assembleia da República. Etelvina Lopes de Almeida esteve ligada à oposição, tendo colaborado com Maria Lamas, e as organizações de mulheres que esta animava. Estas actividades deram origem ao seu despedimento da Emissora Nacional.

Fonte: Depoimento autobiográfico em Faces de Eva, N.° 5, (2001): 209-216

“Morreu Etelvina Lopes de Almeida” , Público, 1/5/2004 (EM ANEXO)

Lista das suas intervenções parlamentares.

“A antiga jornalista e ex-deputada eleita pelo PS à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República, Etelvina Lopes de Almeida, faleceu ontem, aos 88 anos, em Tábua, onde presidia à Fundação Sara Beirão/António Costa Carvalho, que fundou juntamente com o locutor, ex-deputado pelo PS à Assembleia da República e antigo vereador na Câmara de Cascais, Igrejas Caeiro.

O corpo está em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, a partir das 12 horas de hoje. Às 15 horas será celebrada missa de corpo presente seguindo o o cortejo funebre para o cemitério de Benfica.

Além de jornalista, Etelvina Lopes de Almeida foi deputada pelo PS à Assembleia Constituinte, em 1975, e presidiu em Estrasburgo a uma sessão do Parlamento Europeu para os Idosos, em 1993, durante a qual foi aprovada a Carta Europeia para os Idosos.

Em 1995 foi agraciada pelo então Presidente Mário Soares com a Comenda da Ordem de Mérito.

Etelvina Lopes de Almeida iniciou a sua carreira no jornal infantil “O Papagaio”, tendo passado pelas redacções da Rádio Renascença e de O Século”.

Sucedeu a Maria Lamas na direcção da revista “Modas e Bordados”, de onde transitou para os microfones do Rádio Clube Português e da Emissora Nacional (em 1945). A jornalista foi também autora de livros infantis e romances, nomeadamente “Histórias que o mundo conta” e “Maria Verdade”, bem como de o “ABC da Culinária”.

Em declarações à Lusa, a socióloga Maria Antónia Fiadeiro recordou a generosidade e solidariedade da jornalista Etelvina Lopes de Almeida.

A socióloga, que a entrevistou para a realização da biografia de Maria Lamas, lançada o ano passado pela Bertrand Editora, afirmou que Etelvina Lopes de Almeida “não tinha, ou não queria ter, uma memória muito activa em relação ao passado”.

Maria Antónia Fiadeiro recordou a jornalista e escritora como “a senhora que lhe oferecia bolos” para levar à mãe, Maria Stella Piteira Santos, quando esta esteve presa por razões políticas em 1961.

“Era uma senhora amável e solidária”, disse a investigadora, referindo o livro de Etelvina Lopes de Almeida “Maria Verdade”, que deu origem a um espectáculo no Teatro São Luiz, em Lisboa, e que a “marcou muito”.

Etelvina Lopes de Almeida foi secretária de redacção da revista Modas e Bordados, cuja direcção assegurou quando Maria Lamas assumiu a presidência nacional do Conselho das Mulheres Portugueses.

“Nesta questão ela não me foi muito eficaz, não tinha ou não queria ter uma memória activa”, afirmou a socióloga. ”

Lusa